Senti sua falta no café da manhã. Achei até engraçado o fato de querer o contato com a sua mão quente enquanto você me passa o pote de margarina com aquelas gotículas depois de sair da geladeira que está no degelo. Sinto falta de rir comendo torrada, enquanto você fala suas asneiras habituais sobre o capitalismo e sobre chicletes. Sinto falta do jeito que você beija a minha testa e pega o paletó, enfrentando mais um dia cheio no escritório, e me deixa meio zonza depois de perceber que um beijo na testa não é o suficiente. Ainda sinto o gosto do café na sua boca, e você me joga no sofá. O momento se quebra com uma risada, pra um melhor ainda e depois uma despedida apressada, para que você não mude de idéia e acabe aqui comigo.
Eu sinto sua falta enquanto estou tentando escrever um relatório para o trabalho, mas tudo que vem na cabeça é você. Sinto falta de cada sorriso que você já me deu, e sinto falta dos que você ainda não deu. De repente, vem uma nostalgia incompreensível, e eu me levanto para uma xícara de café. Levo a xícara até os lábios, e sinto o gosto do seu beijo durante a manhã. Lá se vai mais um relatório, porque é simplesmente impossível com você assombrando a minha mente. Lá se vai mais um fôlego, porque ele some ao pensar em você. Lá se vai minha sanidade, que sempre me deixa quando o assunto é o seu sorriso. Mas eu preciso me recompor e aceitar que esse não é o momento próprio para pensar em você.
Mas afinal, que momento seria próprio?

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