segunda-feira, 19 de julho de 2010

Avenida



Ele sorrira pra mim, do outro lado da rua. Tive vontade de correr até o outro lado daquela avenida, pular no pescoço dele, me afundar em seu cheiro. Quis dizer que nenhum poste daqueles brilhava tanto quanto os olhos dele. Eram lâmpadas de mil volts. Nada era mais bonito que seu rosto, nem a vista de cima de um prédio daqueles, nem os modelos de outdoors.
Eu ainda não sei como deixei passar. Você simplesmente fez sinal para um táxi, abriu a porta e se foi.
Acabou que nunca soube seu nome, sua cor favorita, sua paixão secreta. Nunca foi meu. Nunca te tive nos meus braços e nunca acordei ao seu lado.
Mas nos meus sonhos, você era mais que tudo que já tive. Mais que avenida inteira.


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eu vou dedicar esse pro alfinha *-*, por cuidar do meu coração. obrigada (:

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Equilíbrio


Nunca pensei que eu fosse ficar tão deprimida em tão pouco tempo, tão de repente, saindo da completa felicidade para a completa tristeza.
Bom, é a vida. E é o mundo.
E ele gira rápido demais, ainda mais quando é você que está por cima.
um segundo de falta de equilíbrio e PAF. Você cai, está por baixo, derramando suas lágrimas guardadas para alguém que merecesse.
Você se machuca. Você chora. Você sangra.
E você perde. Como sempre.


Patético.



terça-feira, 13 de julho de 2010

Traços



Nossa música toca de fundo. Tudo evapora, incluindo nossas roupas e as minhas lágrimas. Você é a pequena exceção, continua aqui. Seus beijos me assaltam, carregando consigo o resto de vergonha e incerteza que ainda não tinham completado a evaporação.  Suor se esvaia. Podia sentir os lagos, rios e oceanos pelo meu corpo. Podia sentir o seu sorriso, não vê-lo. Meus olhos fechados ignoravam completamente a vontade de ver o seu rosto e achar novos traços para memorizar.
Acabei por serrar os olhos ainda mais, o ritmo de tudo aumentava. Minha pulsação, sua respiração, as batidas dos nossos corações, o solo que tocava no som.
Tudo tinha adrenalina. Tudo corria, era rápido, uma bagunça.
E quando tudo terminou, meus olhos cederam, observaram um pouco mais seus traços. Vi sua boca mover-se em um ‘eu te amo’ silencioso e caí no sono, em seus braços.